quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

3 a.m.

Queres provar para todo mundo que é normal, quando na verdade, sua maior vontade é assoviar no ônibus. Então permanece em silêncio. Preocupa-se que este sinal de felicidade não seja nada além de um sinal de loucura. Está com os fones de ouvido e a música no último volume, mas ainda assim, se pergunta se não é estranho o quanto balança a cabeça, em um ritmo que só você consegue ouvir, enquanto está em pé, no meio de um ônibus lotado.

Lembra que por crescer no interior, tinha privilégios como esquecer a janela aberta e, uma vez na cidade grande, teme por sua segurança. Fecha a janela, tranca a porta e esquece a sensação da brisa noturna no rosto, ou no seio nu. Quer cantar com toda a potência dos pulmões, mas teme que os vizinhos te ouçam e se sintam incomodados.

Vê a pilha de livros que gostaria de ler aumentar, enquanto tenta manter o foco naqueles que precisa ler; deixa os filmes e o verão para mais tarde; não vai à praia e não vê o campo, não come a comida que quer e não faz exercícios; quer alguma coisa e não vai atrás.

Quer dormir, mas sente insônia.


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