domingo, 24 de junho de 2012

A insustentável leveza do ser

"Não existe meio de verificar qual é decisão acertada, pois não existe termo de comparação. Tudo é vivido pela primeira vez e sem preparação. Como se um ator entrasse em cena sem nunca ter ensaiado. Mas o que pode valer a vida, se o primeiro ensaio da vida já é a própria vida? É isso que leva a vida a parecer sempre um esboço. No entanto, mesmo esboço não é a palavra certa, pois um esboço é sempre o projeto de alguma coisa, a preparação de um quadro, ao passo que o esboço que é a nossa vida não é o esboço de nada, é um esboço sem quadro.
Tomas repete para si mesmo o provérbio alemão: einmal ist keinmal, uma vez não conta, uma vez é nunca. Poder viver apenas uma vida é como não viver nunca."

(KUNDERA, Milan. A insustentável levez do ser.)
Também conhecido como "o meu livro preferido"

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Rímel, base, blush e coragem

Me vê uma dose de coragem e uma taça de vinho, por favor. É hoje que eu culpo o álcool e mando aquela mensagem salva como rascunho há pelo menos três semanas. E se funcionar de eu conseguir a atenção dele, é hoje que eu retribuo o abraço apertado e a cheirada no pescoço que ele me deu na última vez que nos vimos.

Não passa de hoje a continuação da conversa que ele tentou começar naquela noite e juro que nem me importo em falar sobre a chuva que caiu de repente. Aliás, se der certo de eu conseguir a atenção dele, é hoje que eu uso a falta da sombrinha e o cabelo molhado a meu favor.

E se der errado, foi engano. Afinal de contas, quem aqui nunca, né, meu amigo?

*Título roubado da Fê Pessoa

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