quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Rua de duas direções

Pra ler ouvindo Kimbra

"Se eu for me apaixonar de novo, será só se tiver que acontecer. Se não, não vai" - mal sabia eu das palavras que proferia. Elas soaram como um sino no vazio e causaram mais estrago do que eu jamais poderia prever: de lá para cá, anos se passaram sem que eu me apaixonasse de novo, incapaz de ver algo digno de orgulho em alguém - mesmo em mim.

Eu nunca me arrependi de nada que fiz, porque já amei de verdade e intensamente. Já tive minhas histórias de flores com nomes românticos, de filmes em um sábado a noite e viagens em tardes de sol. Já tive histórias de sexo com amor, de seis transas em um dia, de elogios logo pela manhã. Nunca me arrependi porque foram reais, as histórias e os personagens - assim como foram seus finais.

Mas quando o amor se torna uma estrada de duas direções, a esquina é o lugar mais seguro de se ficar. Em cima do muro, indecisa. Porque não existe amor sem admiração e, se há dúvida, não há real razão para se dedicar.

"Você é tão indiferente!", eu ouvi de um dos meus amigos mais próximos. "Ou, se ainda sente alguma coisa, disfarça muito bem...", completou. E naquele momento, tudo o que eu queria fazer era sentir.

Um comentário:

  1. Dê, a si mesma a chance de se apaixonar de novo... Ficar presa a algo do passado, te tira a chance de enxergar possibilidades muito melhores que as anteriores. Boa sorte!

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